O Rio Grande do Sul vai acrescentar, até o fim de 2008, mais 70 megawatts de capacidade instalada para a exploração de energia eólica, proveniente da construção de um novo parque no litoral gaúcho, na cidade de Tramandaí.
O projeto, feito em uma joint venture da empresa Elebrás com a alemã InnoVent, terá um investimento estimado em R$ 350 milhões e se soma aos outros 150 MW de capacidade instalada que a Ventos do Sul já possui em Osório, totalizando a capacidade regional de energia eólica de 220 MW. Pelos cálculos dos técnicos, esse total é suficiente para iluminar Porto Alegre, a capital do estado, por nove meses.
De acordo com o diretor da Elebrás, Roberto Jardim, a empresa tem ainda projetos voltados à geração de outros 462 MW na construção de outros parques eólicos nas cidades de Santa Vitória do Palmar, Rio Grande e Palmares do Sul, que aguardam a ocorrência de novos leilões do Proinfa.
Outras cidades também estão no alvo de possíveis projetos voltados à area, de acordo com um levantamento que resultou na confecção do Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, concebido pelo governo do estado em 2002.
De acordo com Edmundo Fernandes Silva, da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura e Logística, essas regiões recebem ventos com velocidade média de 48 quilômetros por hora.
"O Rio Grande do Sul é o estado que tem o maior potencial eólico do País", afirma Silva. "Para executar projetos que explorem os potenciais eólicos seria necessário um investimento de cerca de R$ 20 bilhões. Tentamos a inclusão no PAC, mas não conseguimos", diz.
Silva aponta que, atualmente, o incentivo governamental se dá no financiamento de parte do custo do quilowatt-hora (kWh) produzido nos parques eólicos pelos geradores. Segundo ele, o custo real de implantação dos aerogeradores, como os 75 existentes em Osório, equivale a cerca de R$ 210,00 o kWh, ao passo que as empresas geradoras tiveram um preço em leilão estipulado em torno de R$ 140,00 o kWh, que foi o incentivo de instalação dado pelo Proinfa.
"Para que haja outros leilões e incentivos é necessária a diminuição dessa diferença de preços, através, por exemplo, do barateamento da fabricação de aerogeradores ou da diminuição das taxas alfandegárias para a importação de equipamentos", analisa.
Centros especializados
Uma das iniciativas desenvolvidas para mudar o panorama tecnológico da energia eólica é a criação de centros de pesquisa voltados à área, como o Centro de Energia Eólica da PUC-RS, inaugurado em outubro.
"Não existe uma política industrial que acompanhe tecnologicamente o crescimento desse mercado e que esteja totalmente ligada à cadeia produtiva do setor eólico", diz o professor Jorge Antônio Villar Allé, coordenador do centro que, com o aporte de R$ 2,5 milhões, dos quais R$ 800 mil vieram sob a forma de equipamentos cedidos pela Eletrobrás, está voltado a projetos e estudos.
De acordo com Allé, existe também uma carência por máquinas de pequeno porte que podem ter uso em propriedades particulares que necessitem produzir energia para consumo próprio.
"Atualmente, os fabricantes brasileiros desse equipamento ainda não têm recursos para produzir máquinas competitivas", diz. Para isso, o centro está realizando estudos da construção de turbinas eólicas responsáveis pela geração de energia aproveitando a altura de prédios urbanos, como o projeto desenvolvido para a Auxiliadora Predial, empresa do ramo imobiliário.
Entre outras instituições que já realizaram parcerias de pesquisa com o núcleo universitário, estão empresas como a CEEE, uma das três concessionárias de energia elétrica que operam no Rio Grande do Sul, além da Eletrobrás, Enersud, a prefeitura da cidade de Ijuí, no noroeste gaúcho e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Paulo Blessmann, chefe da Divisão de Projetos Especiais do grupo CEEE, considera que "a atuação de produtores independentes poderia alavancar a instalação de parques eólicos".
Fonte: http://www.sunnet.com.br/home/Noticias/Energia-eolica-cresce-no-Sul.html
Por: Trovões
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